quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Desigualdades no senado

Senado
Marta Suplicy protagoniza nova discussão no Senado

Ao presidir a sessão desta terça-feira no Senado, Marta Suplicy (PT-SP) protagonizou uma nova discussão. Desta vez, com o senador Mário Couto (PSDB-PA), que discursava sobre o impasse em torno do novo valor do salário mínimo. O tucano fazia uma dura crítica ao governo anterior quando Marta disse ao microfone: “Dois minutos para encerrar, por favor”.

Exaltado, Couto protestou contra a atitude da petista, que permitiu que o senador Jorge Viana (PT-AC) falasse por meia hora em seu discurso de estreia – o tempo previsto para esse tipo de pronunciamento é de apenas dez minutos. “Senadora, quero dizer a Vossa Excelência, com todo respeito e carinho, que sou um dos cumpridores do regimento interno desta Casa, mas quero lhe dizer que a igualdade, nesta Casa, tem de ser observada”.

Marta respondeu que talvez o colega petista “tenha até falado trinta minutos, mas, se ele falou a mais, era um discurso de estreia, e a sua é uma comunicação inadiável. Então, o senhor tem dois minutos a mais, por favor”. O tucano ficou inconformado e disse que iria descer da tribuna certo de que não tinha sido intimado. “Neste Senado, ninguém vai cortar a minha palavra, a palavra do meu povo, a palavra daqueles que me colocaram aqui, senadora! Ninguém! Ninguém, senadora!”, esbravejou.

Em entrevista exclusiva ao site de VEJA, a senadora – primeira vice-presidente da Casa e, portanto, substituta imediata do octogenário José Sarney (PMDB-AP), afirmou que continuaria a respeitar com rigor as regras que não permitem discursos tão longos, que considera cansativos. Na última semana, ela cortou o microfone do ex-marido, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). “O Eduardo não reclamou, até porque já tinha falado 40 minutos e só tinha direito a dez”, declarou.

No último dia 8, Marta foi protagonista de outra saia-justa na Casa. Quando Sarney anunciou que encaminharia uma mensagem com as indicações dos novos embaixadores à presidente da República, Marta o corrigiu no microfone: “Presidente, não. Presidenta”. A réplica foi elegante: “As duas colocações estão corretas”, disse Sarney, vou usar a forma francesa, Madame le Président“. Já é possível perceber que, no comando da Mesa Diretora, Marta dará o que falar.

(Marina Dias, de São Paulo)

Tags: bate-boca, discussão, mario couto, marta, Senado

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